Caminhos da alma
No riso e velhice, de sóis e luas repetidas, retratos e pedras, tantas.
Deste caminho que segue, bem atrás, velho horizonte.
Montes, castelos e areia, coleções de sentimentos.
E da estação antiga, restou um corpo que cansa.
Perdi o por do sol de belas tardes, fiz dormir o ego cego.
O tempo é cura, bálsamo e um senhor atroz.
Da curva que passo, sinto dores de saudade.
Amigos e sorrisos, quadros ultrapassados, molduras vencidas.
A tinta dormiu, caiu da carne aos poucos.
Vi de longe como miragem, um lugarejo de descanso, a morte é uma anedota.
E nestes campos desvalidos, até quando?.
Como em plataformas, descem meninos do trem, embarcam flores de um jardim bonito.
O trem não cessa na estrada que disfarça.
Branquearam se os cabelos meus, nuvens cinzas de vivência.
Persiste em dias, em veredas, muitas, esta alma que tanto muda.
No riso e velhice...
João Francisco da Cruz