Evolução e Essência
No tempo curto de dor, entre a secura e raízes, em cinzas que tão sufocam, daqui a pouco, um riacho.
Floriu o ipê já bem mórbido, de rugas e cascas velhas, na ânsia de morte, choveu.
O ribeiro se afogou, de solidão e caminho, a pedra cansada, moveu se.
Dores e risos, terra seca e chuvisqueiro, a noite de agonia, se despede.
Não há além daquela curva, o tempo é propício, início e fim que não findam.
O ciclo perdeu a hora, o cenário é uma cortina que passa.
O relógio está sem pressa, à noite, seus ponteiros vão dormir.
Da pressa minha e afoito, o dia mal começou.
Debaixo daquele ipê, vou descansar meus anseios.
Vou abraçar o espelho, sem culpa da feiúra minha.
Da curva e morte que espera, não mais terei medo.
Campos cansam, pedras tombam, homens morrem.
Enquanto feliz, escrevia, findava um pouco de mim.
No sol que se espera, serei sequência amanhã.
Uma flor, uma fruta, essência, rocha que esmaga, evolução que não cessa.
No tempo curto de dor...
João Francisco da Cruz