Um Oásis
Sempre que vejo o rio
E me sento em suas margens
À sombra das árvores
A observá-lo
Sinto uma paz
Uma quietude
Meu ser se equilibra
Sinto a força das águas
A limpar
A fluir
A harmonizar
Sinto uma sintonia com a natureza
Sinto a presença
Das castanheiras centenárias
Com seus galhos fortes
A se estenderem até à margem do rio
Tudo em mim se aquieta
Como se recordasse
Uma memória de árvore
Como se acessasse em mim
Uma consciência de árvore
Minha visão se amplia
Sinto o mínimo movimento
Uma folha que cai
Um pássaro que voa
Vejo sem olhar diretamente
Parece que vejo com a consciência
Com o meu corpo
Com a minha energia
Escuto os bemtivis
Ao longe
A me dar as boas vindas
Aos poucos eles aparecem
Chegam mais perto
Pousam nos galhos próximos
E cantam... e me alegram
Vejo um sabiá
Ele pousa em um galho e olha para mim
E me lembro do Mestre
As vezes... alguns momentos
Se parecem
Como a travessia
De um grande deserto
E aqui
Em sua Presença
No fluir deste rio
Me sinto em um oásis
Com minhas raízes e galhos
A me abastecer
Todo meu ser agradece
Rio Doce da Minha Terra
GV - MG
Lua crescente ... quase cheia