Um Oásis

Sempre que vejo o rio

E me sento em suas margens

À sombra das árvores

A observá-lo

Sinto uma paz

Uma quietude

Meu ser se equilibra

Sinto a força das águas

A limpar

A fluir

A harmonizar

Sinto uma sintonia com a natureza

Sinto a presença

Das castanheiras centenárias

Com seus galhos fortes

A se estenderem até à margem do rio

Tudo em mim se aquieta

Como se recordasse

Uma memória de árvore

Como se acessasse em mim

Uma consciência de árvore

Minha visão se amplia

Sinto o mínimo movimento

Uma folha que cai

Um pássaro que voa

Vejo sem olhar diretamente

Parece que vejo com a consciência

Com o meu corpo

Com a minha energia

Escuto os bemtivis

Ao longe

A me dar as boas vindas

Aos poucos eles aparecem

Chegam mais perto

Pousam nos galhos próximos

E cantam... e me alegram

Vejo um sabiá

Ele pousa em um galho e olha para mim

E me lembro do Mestre

As vezes... alguns momentos

Se parecem

Como a travessia

De um grande deserto

E aqui

Em sua Presença

No fluir deste rio

Me sinto em um oásis

Com minhas raízes e galhos

A me abastecer

Todo meu ser agradece

Rio Doce da Minha Terra

GV - MG

Lua crescente ... quase cheia

Betania Bástos
Enviado por Betania Bástos em 18/08/2024
Código do texto: T8131363
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