Crença

Há de se crer em coisas desse tipo,

Do contrário

o mundo é monótono,

Cinza,

igual fumaça de cigarro.

Há de se crer que duas pessoas possam se encontrar,

no mundo,

Sem que seja por mera causalidade.

Há de se crer que Romeu e Julieta amaram-se

loucamente,

E que tal amor

não se reduza tão só

às loucuras da idade;

Há de se crer que a raiva irá passar,

Que ele irá ligar

e amanhã será dia de praia;

Há de se crer que ficarão com você

Se você vencer,

E caso você caia.

Há de se crer que

apesar do pássaro da inocência ter alçado vôo,

Ela ainda é

(e sempre foi)

apenas uma menina,

Que brinca, que chora,

que quer amar e ser amada;

Há de se crer que "nem todo homem é assim",

Mas, se assim é,

É amar assim

e assim ser amada.

Há de se crer que nem tudo é divórcio, crianças com pais separados

E pais com corações partidos.

Há de se crer que, ao final do dia,

Escutarás vários "eu te amo!"

Em forma de latidos.

Há de se crer que dá pra mergulhar nessa água,

Que nela não há tubarão.

Há de se crer que o sol irá brilhar,

As lágrimas irão enxugar,

E vais curar o coração.

Há de se crer em coisas desse tipo,

Do contrário

o mundo é monótono,

Cinza,

igual fumaça de cigarro.

Há de se crer que a vida pode ser leve,

Que ninguém tem culpa de ter nascido,

Que ninguém nasceu para se culpar.

Há de se crer no amor,

Há de se crer na sabedoria,

No amor pelo saber

e no saber amar.

10 de Agosto de 2024, Natal/RN

Carlus Augustus
Enviado por Carlus Augustus em 10/08/2024
Reeditado em 10/08/2024
Código do texto: T8125595
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