Poema para Buddha
Poema para Buddha
A mente forja a senda e o ser
Nascente de estado mental
Impura fala, impuro agir
Como o boi à roda fatal
Pura é a mente, pura a ação
Felicidade é sua auréola
Como sombra que acompanha
Presença eterna, fiel e leal
"Odiou-me, feriu-me, venceu-me"
Pensamentos de amargor
Não dissipam o rancor
Não apaziguam a dor
Mas o ódio cede ao não-ódio
Lei eterna do existir
Ódio a ódio nunca doma
Só o amor pode o destruir
Mas a rocha firme resiste
Mara não a pode tocar
O que medita e controla
Encontra a paz, sem cessar
Depravado veste o hábito
Indigno de tal vestuário
Mas o puro, virtuoso
Faz do hábito, relicário
Confundir o essencial
É nutrir o erro fatal
Mas saber o que é real
É alcançar o que é vital
Paixão invade a mente aberta
Como chuva em colmo roto
Mas a mente bem guardada
Resiste à paixão, é devoto
Quem faz o mal, sofre o dano
No presente e no porvir
Lembranças tristes o afligem
Lamenta seu existir
Quem faz o bem, se regozija
Aqui, no passado e no além
Lembrança de atos puros
Traz felicidade também
Recitar sem praticar
É contar vacas alheias
Mas quem vive o ensinamento
Colhe as bênçãos que semeia
Decimar da Silveira Biagini
Poema metafísico
07 de agosto de 2024