DESABRAÇO
Despeço-me das posses,
Do brilho falso do ouro,
Das ilusões que a matéria veste,
Num encanto vão pelo futuro
Desato os nós dos vícios,
Do ego que separa e ilude,
Solto as amarras do mundo,
Que é frágil e breve saudade.
Rejeito a sombra da tristeza,
A maldade que envenena o ser,
Desfaço-me do rancor antigo,
Que pesa e impede o crescer.
Hoje abraço a verdade pura,
O amor que é luz e renovo,
Nos braços da simplicidade,
Encontro a paz e o consolo.
Na essência do ser me perco,
No brilho eterno do sentir,
E sem as correntes do mundo,
Sinto a maravilha da vida fluir.
Tião Neiva