O Projeto do Casulo
O projeto do casulo
Vem como um facho, um fecho que tranca, fecha, uma porta no avesso, e no casulo, está.
E não sai, nem tem volta, um caminho algoz.
Teias, fios, obscuras crateras, um monte que não se inveja.
Sob sóis, luas feias, de mentira, lua bela.
Sob o céu, uma incógnita, fujo e deus, à minha frente.
Oh, prisão, vis masmorras, fundo umbral, oh, escola.
Aprendiz, alma nua, se espeta, sangra e cai.
Té que enfim, funda escada, um lapso de lampião, ponto negro, oh, clarão.
Oh, casulo, se destranca, mira à frente, cria asas.
Voe alto, veja grande, vil casulo, tú deixou.
Tranca velha, lugarejo, terra linda, fui de ti.
Já não sou, sou dos ares, do floral, feios jardins.
Sou dos montes, dos céus belos, já não sou mais aprendiz.
Vem como um facho...
João Francisco da Cruz