No vão do tempo

No vão do tempo

No vão do tempo, escapa, chora, ri, morre um tanto, renasce em flor.

Não cansa o velho de sorrir, já houve dias de cinza.

Num descuido de velhice, descobre o amor.

O caminho é ameno e floral.

Gastou uma liberdade, pintando quadros vazios.

Pousou um beija flor na simplicidade de viver.

Veredas de doçura, mel e manjares.

No vão do tempo, escorre o riso, a maldade, o feio que desdém, o belo e arrogante.

Há uma estrada mais bonita.

No vão do tempo, a pedra ensina, cauteriza, inflama e mata.

Corre como um fio discreto, um gotejar de menino, leva embora num silêncio.

No vão do tempo...

João Francisco da Cruz