Vielas do Inconsciente
Vielas do Inconsciente
Vi da viela que passa, da rua estreita e coreto, um velho luzeiro e saudade.
O ancião, bom amigo, oferecera um café.
Mostrou me seus livros e discos, seus quadros e tais galinhas.
No fundo, um curral de cabras, sua horta e um pangaré.
Dava no canto de cima, um pomar, um cafezal.
Depois de prosa e abraço, corri na Tiradentes bem velha.
Avistei ao longe a torre da igrejinha, lembrei me das quermesses e domingueira.
Um tanto ofegante, não cheguei na viela do fim.
E pedi pra uma moçoila, que horas passara o trem, bem sorriso, só me disse, há tempos que já não tem.
Andei um tanto e notei, que a rua nunca findara, outra vez eu vi a moça, arcada numa bengala.
Pedi ajuda a um tal, de Jeremias Clineu, que sorrindo, logo disse, daqui também não sou eu.
Aquela anciã da esquina, dissera ser mero sonho, pra eu voltar donde vim, era eu um forasteiro.
Na insistência e vagando, de aceno, um jovem rapaz, dissera, retorna amigo, pois és tu de um tempo atrás.
E assim fui saindo e a cidade, desci por ruas de pedras, escorreguei na ladeira, despertei deste sono bem tarde.
Poema baseado num sonho.
João Francisco da Cruz