Feiúra em Poemas

De noite comprida, telhado velho e teias, no canto belo e sertão.

A aranha bem dormida, observara o tolo e um livreto, a voz meiga de um menino.

E o tempo passou tão lento, de dormir a moçoila e anciãs.

Ninguém viu o garoto, nem as feiúras, a calçola e botina bonita, quando se exibia, só.

Todavia, amarelou num monte longe, um riso do céu, um fiapo de luz.

E esbarrou na mente, pobre, de batentes, de janelas, de casa e dinheiro, e o vil embornal.

Famigerado e alma, comeu o resto de orgulho deixado, leu um jornal da época, esparramou as migalhas e sílabas.

Bem viajou entre papéis pintados, letras pretas, frases e textos.

O dia demorou como um Sol tímido, envergou uma curva de canseira, um sono de vagabundo e bambú.

Por frestas velhas, na tábua fina e saleta, apoiou de lápis, palavras coloridas e um sonho de poeta.

Tão deixou o seu sertão, o toco contrário, o não, e se afundou mundo adentro.

Emoldurou de tintas, poucas, sombras de negro, marrons, pontas afiadas e espetou o nobre, branco.

De pólen e florais, levou os ventos, e temporais de palavras, no norte e terra.

O cego viu o canto e a nota ,o surdo riu em demasia, o incomodado saiu de surdina.

Feiúra em Poemas

João Francisco da Cruz