Árido Tempo
Na queda e dura, pedra que fere, fura, esfola, escalpela.
Sangue e feiúra, e roupas feridas, o trapo era o homem.
De sorte e dias, de noites tão cheias, fantasmas, tais luas de cinzas.
O riso fugira, a pedra contente, o moço bem triste, enferma, oh, alma.
Tais cores de vida, um pouco de luz, borboletas fazem graça.
Que abrem então, os olhos de dor, menino de alma, beleza de rosa.
Um tal de canteiro, de terra tão moça, germina a morte, o árido velho.
Bem surge na fenda, da pedra, da carne, no solo da alma.
E águas, tão chuvas, que gotas, se molham, o broto e desfalecido.
Chão duro, rochedo, vendavais, corvos, caminhos feios, sepulta um fim.
Na queda e dura...
João Francisco da Cruz