Dual
Perpassa os olhos transmutando afeto
Me perderá entre as dobras desse tecido
Descendo a revelação tão delirante
Inflamando o rito banal em algo solene
Da terra um cinismo divino
Que crê ser no seu voyeurismo
Um espírito incapaz de lidar com a vigília
Ou postergar seu objeto de admiração
Alcançará a orquestra na dúvida
Uma analogia entre as complexidades
Capaz de capturar deuses e botos
Para sua carapuça artrópode
Capaz de incluir muitos vislumbres
A cada autópsia que o profanam
Criam um dúbio, um outro capaz
Antepor o seu antecessor
Outra vez, ostensivo
Um estreito para contornar
Os corpos que o lavam em um
Exoterismo asséptico
O feito contemplativo
Designa um diálogo
Sem que o homem interfira
Sem que a culpa aborreça
O âmbito comove e fluí
Oferecerá a revanche
Naquilo que fora tirado
Voltará ao primeiro estágio
Imune as quedas, um fio
Que carrega o silêncio
Essa prece de Gaia ao nada
Até colidi-la em rio...