Dual

Perpassa os olhos transmutando afeto

Me perderá entre as dobras desse tecido

Descendo a revelação tão delirante

Inflamando o rito banal em algo solene

Da terra um cinismo divino

Que crê ser no seu voyeurismo

Um espírito incapaz de lidar com a vigília

Ou postergar seu objeto de admiração

Alcançará a orquestra na dúvida

Uma analogia entre as complexidades

Capaz de capturar deuses e botos

Para sua carapuça artrópode

Capaz de incluir muitos vislumbres

A cada autópsia que o profanam

Criam um dúbio, um outro capaz

Antepor o seu antecessor

Outra vez, ostensivo

Um estreito para contornar

Os corpos que o lavam em um

Exoterismo asséptico

O feito contemplativo

Designa um diálogo

Sem que o homem interfira

Sem que a culpa aborreça

O âmbito comove e fluí

Oferecerá a revanche

Naquilo que fora tirado

Voltará ao primeiro estágio

Imune as quedas, um fio

Que carrega o silêncio

Essa prece de Gaia ao nada

Até colidi-la em rio...

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 16/06/2024
Código do texto: T8087105
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