UM SENTIMENTO DO INFINITO
Hoje eu bem sei
Que eu aprendo dia a após dia a percorrer
Um caminho de solidão
Para ser de forma mais autentica quem eu sou
Na minha inteireza e em transcendência.
E é nesses percursos
Que eu vivencio os melhores arrebatamentos
Da alma e dos sentidos
Em direção ao autoconhecimento.
Mas será que encontrarei algo diferente
A partir desses novos pontos de vista,
Alguma novidade ou algo que supra
As minhas expectativas?
Não sei exatamente.
Há muito de imprevisível nessa vida...
Sempre um rumo ao desconhecido, ao incógnito...
Hoje, só o que eu sei verdadeiramente
É que posso caminhar livremente,
Desenvolvendo a flor da esperança
E um amor profundo pela vida da graça,
Pelo Altíssimo e sua eterna presença,
E pelos altos mistérios a fulgurar o inesperado.
Hoje carrego apenas a certeza
De que na minha solitude
Não estou completamente só
Como um ser habitado pelo nada.
Mas, eis aqui uma pergunta que sempre faço:
Como posso caminhar sozinho e, ainda assim,
Sentir no coração uma luz que me guia
E, certamente, que me guiará até os confins
Dos meus dias na terra?
De agora em diante não farei nada mais
Do que simplesmente guardar no meu foro mais íntimo
A beleza de todo esse mistério
E que me dá, deveras, o sentimento do infinito
A me inspirar o sabor da contemplação
Das grandezas da natureza
Com toda profusão de mares, céus, planícies e montes.
E a me acalentar mediante um sem fim de luzeiros
Alumiando as noites da minha existência.