*_ BORBOLETAS NO SILÊNCIO...
Tú que guardas os restos na mortalha
de sonhos embrulhados em roupas de madeira, que deixa a saudade como um punhal a estocar profundamente os corações.
Que selas os sonhos no concreto ou na terra bruta!
Hás de esconder tantas histórias cheias de mistério e dor!
Sete palmos de terra que separa o corpo do vento e da sede de ser feliz...
Seremos todos enclausurados um dia, depois que o fio de prata se romper.
Lápides frias, mármore cinza...
Talvez seja como um sonho, onde se deita e sonhamos que estamos vivos no corpo, mas não!
Onde as preces se fazem palavras volúveis, mastigadas com intensos jorros solenes de suplicas a entender o inexplicável.
Indiferentes ao jogo da vida, borboletas pousam nas flores dos túmulos, flores estas que continuarão a abrir sem interromper seu ciclo, sem se importar com quem se foi...
Talvez entre a morte e o a solo sagrado haja uma parceria, onde um ceifa e o outro prende ao chão para que só sejamos libertos noutra vida
Como um novo vaso de barro...