DOCE CALVÁRIO
De onde vim, leves lírios trajavam, em cetim, vestes de luz!
Andei entre porcos que, ousados, usavam colar de pérolas.
Pelo caminho, vi incontáveis alforjes, alparcas e túnicas…
As aves já sabiam, no céu, sorver tudo a que faziam jus!
A terra arada, temperada pelo sal, não restava insípida.
Candeias luziam do alto das casas firmes como rochas.
Sem ladrões nem traças, tampouco primeiras pedras…
Celestes tesouros; poços de talentos; verdadeira vida!
Perante o dito dos antigos: olho por olho, dente por dente,
Arranca teu argueiro; as janelas da alma, se preciso for…
Para enxergar milhas além e caminhar com o fardo leve!
Ofereça-me uma coroa triunfal em vez do calvário de dor!
Dos sepulcros ornados, dantes podres, erga-se tua semente.
Morra e volte a nascer para viver, se libertar, ser amor!
Luxor Kron (direitos reservados)
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