DOCE CALVÁRIO

 

De onde vim, leves lírios trajavam, em cetim, vestes de luz!

Andei entre porcos que, ousados, usavam colar de pérolas. 

Pelo caminho, vi incontáveis alforjes, alparcas e túnicas…

As aves já sabiam, no céu, sorver tudo a que faziam jus!

 

A terra arada, temperada pelo sal, não restava insípida.

Candeias luziam do alto das casas firmes como rochas.

Sem ladrões nem traças, tampouco primeiras pedras…

Celestes tesouros; poços de talentos; verdadeira vida!

 

Perante o dito dos antigos: olho por olho, dente por dente,

Arranca teu argueiro; as janelas da alma, se preciso for…

Para enxergar milhas além e caminhar com o fardo leve!

 

Ofereça-me uma coroa triunfal em vez do calvário de dor!

Dos sepulcros ornados, dantes podres, erga-se tua semente.

Morra e volte a nascer para viver, se libertar, ser amor! 

 

 


Luxor Kron (direitos reservados)
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Luxor Kron
Enviado por Luxor Kron em 12/11/2023
Reeditado em 14/11/2023
Código do texto: T7930653
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