Versos de Onde a Onde

Eu Sou esse não-ser

já sem memória,

barco à vela que zarpou

sem História ...

Sou essa lonjura,

esse horizonte sem divisória,

Versos de Onde a Onde,

sem cuidado nem vitória!

Imenso fundo, desconhecido,

aquele a quem amamos,

presente ou ausente!

Tela-sem-cor,

ilusória dor-de-Amor: vertigem!

Entre nós tudo cerrado, mudado, em luto ...

Juntos e separados... real mas obscuro!

Encontro?! Desencontro?!

Falar é iludir,

não dizer nada: cansaço!

E as culpas da infância?

Lastro-de-medos, memória ...

Esse peso no mais dentro,

onde o que passa, fica,

deixa ferida ...

É lá que tudo ocorre,

é lá que o tempo passa,

é onde permaneço,

junto destes Versos,

de Onde a Onde! ...

Ricardo Maria Louro
Enviado por Ricardo Maria Louro em 12/09/2023
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