Náufragos
Náufragos
Bóiam na negritude noturna
Perdidos na vastidão do oceano
Sem nada para se agarrar
Sonham algum porto encontrar...
Seus corpos exaustos ainda insistem
Entre os intervalos das ondas flutuar
Batem de lá para cá no imenso mar
Observando-os no alto, fugas estrela a brilhar...
Nas brumas do sonho, um farol a guiar?
Náfragos no mar da existência
Em constante procura de uma ilha
Para talvez a alma repousar...
Antes que as ondas os sepultem
E suas almas repousem no fundo do mar
Ouve-se seus gritos de dor em clamor
Buscando Deus encontrar...
Ensurdecidos pelo constante marulhar
Seus espíritos lutam quase em vão
Tentando não se afogar na imensidão
São náufragos da existência humana a vagar...
No mar da solidão a se afogar
Náufragos no fim da resistência
Sem querer a morte se entregar
Almas aprisionadas tentando Deus encontrar
Homens que têm fome, homens sem alimento
Espíritos perdidos sem direção
Em seus caminhos apenas escuridão
Gritos lamentos, sofrimento...
Náufragos gemendo em agonia
No mar revolto, no caos, na desarmonia,
O marulhar das ondas em triste melancolia
Anuncia o porvir de um novo dia...
Náufragos nadando contra a maré
Lutando tentando não perder a fé
Náufragos somos eu, você
Sem rota sem trilha, a buscar um guia...
Náufragos, fugitivos a cruzar o momento
Como relâmpagos fugazes no firmamento
Náufragos perdidos no isolamento
Náufragos em busca de consolação
Náufragos em nosso esgotamento
Fadados a abraçar o esquecimento
Perdoe-nos Senhor, dê-nos teu livramento
Através de teu infinito amor.