TRANSCENDÊNCIA
O novo sai do velho
rumo aos céus cordiais
portas para o infinito
arrancado das entranhas
sepulcrais
fétidas putrefatas
alçado pelos cabelos
em desespero e dores
O velho em luta
reluta
resiste
em desespero e dores
segurando os pés inchados
edipianos pés
aquilianos calcanhares
puxa o novo
que lhe foge
de volta às entranhas
agora estranhas
intestinais
para ressurgir logo mais
O novo é o velho
o velho é o novo
o primeiro é o segundo
em transcendência
o novo nasce
o velho morre (renasce)
ascende
transcende
ambos não o sabem
estranham-se
entranham-se
inevitável a dor
mas tudo passa...
Zildo Gallo
Piracicaba, SP, 03 de setembro de 2001.
Revisado em: Araraquara, SP, 12 de maio de 2017.