GIRAMUNDO

Feito roca das remotas moiras,

O mundo gira, fiando a trama

Do meu destino incerto,

Mas com começo, meio e fim.

 

Sigo reto por tortuosas linhas

E a roca roda muito e mais veloz,

Produzindo hipnóticas vertigens

E projetando sombras disformes.

 

As moiras sempre fiam e eu me fio

Em esperanças sempre recorrentes

De que elas me poupem algum dia,

Da minha (ir)real e humana condição.