MINHA CANOA
Embarquei na canoa que seguia ao léu
flutuando no espaço como se fosse folha.
Ondulava sob a brisa de um vento leste,
que sempre a empurrava para o oeste.
Enquanto tentava servir-me do meu leme,
a brisa mais forte mudava o meu rumo.
E eu que ocupava uma canoa rebelde,
seguia na brisa e tentava um aprumo.
Mas o vento imprimia constantes mudanças,
o leme que eu tinha quase nunca impedia
que minha canoa ficasse solta, à deriva,
seguindo, ia sem rumo, de noite e de dia.
E muito além do lugar onde eu conseguia
ver terra firme, onde eu pudesse ancorar,
quando a canoa navegava, eu com ela ia,
refém que dela estava, restava aguardar.
VEM.24/03/05-