Desprendeo-se do corpo e flutuando subiu
Quando trabalhei numa clínica
que aqui chamamos de "Nursing Home",
durante o período noturno,
em seu subsolo tinha um quarto
de frente à um longo corredor
que dava para a porta dos fundos
onde literalmente à qualquer hora
a casa funerária ou o Estado
após ser notificado, é claro,
vem e com a chave mestra abre essa grande porta
e, assim vão até o quarto
e, coletam o corpo, de fato.
Devo aqui dizer que esse paciente
naturalmente não conhecia
porque não residia na área onde trabalhava
daí não sabia que naquele quarto
estava deitado numa cama de rodas
o corpo de uma mulher que tinha falecido
antes das onze horas da noite
horário que o meu turno começava.
Logo depois desse quarto
cuja janela de vidro
quase tomava toda a parede
de quem andava nesse corredor
em forma de um torto "Z",
no final do primeiro corredor
estava duas máquinas que, ao colocarmos moedas
escolhíamos o refrigerante numa
e, na outra guloseimas que queríamos comer
bastando com isso apenas apertar no botão
onde estava a letra do alimento preferido
e, como tínhamos o costume rotativo
de alguém descer de elevador e ir comprar
a bebida ou guloseima preferida
essa dita noite era a minha vez
e, assim naturalmente fiz.
Acontece que nessa clínica onde trabalhei
na bonita e rica cidade de Cranston,
nunca nenhum dos pacientes que tive
no meu turno se passou
e, como realmente não sabia
que essa mulher que residia no lado Sul
tinha naturalmente se passado,
tomei o elevador e quando caminhava
de frente à essa imensa janela
cuja luz do quarto era rotativa
e tínham deixado no baixo
daí a iluminação no interior do quarto
era realmente suave,
vi através da minha visão periferal
comumente chamada de rabo de olho,
o seu espírito do corpo se desprender
e, numa posição sentado flutuar
subindo lentamente e do forro desaparecer
evidentemente por ter sido chamado.
Confesso que essa experiência nunca me esqueci
porque, claramente me fez tanto ver
como evidentemente entender
sermos seres quânticos, de fato.