A verdadeira beleza

Rosa Maria Gomes Mathias*

Contemplando a beleza da vida, tanto no plano humano como no transcendente – lugares, pessoas, paisagens da cidade, o sol, a lua, o mar – o autor abre espaço em sua obra para uma leitura meditativa. “Na casa do meu Pai existem muitas moradas” (Jo 14, 2). O sublime que nos interpela no cotidiano é explorado em seus sonetos: as obras da criação nos comunicam os mistérios de Deus. Nas palavras do autor: “Mistério sublime a ação pelas Tuas mãos! Glória, aclamai a Deus!”

A beleza é deslumbre e encanto. Ela interrompe o pragmatismo cotidiano, quebra o automatismo da existência e nos coloca diante da experiência do esplendor, da plenitude. Podemos encontrar a beleza na cultura, na obra do artista, no vislumbre da natureza, na contemplação da existência. Mas a beleza tem muitas formas. Onde estaria a verdadeira beleza? Aquela que não só nos deslumbra, mas nos preenche e nos leva uma experiência de plenitude?

O evangelista nos adverte com muita simplicidade: “não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo pelo que haveis de vestir. Olhai os lírios do campo, que não trabalham nem tecem! E contudo nem Salomão em toda sua glória se vestiu tão bem como eles.” A contemplação da verdadeira beleza está ao nosso alcance, ela nos é oferecida pelo Criador. A vida, o universo, a natureza, a humanidade espelham a plenitude de Deus-Amor. “E eis que tudo era muito bom!” Cada banalidade cotidiana louva e exalta a perfeição de seu Criador. Até mesmo os impulsos criativos do espírito humano, tantas vezes expressos nas diversas artes, revelam a beleza dAquele que os gerou, do Espírito Santo que inspira os dons humanos.

A sabedoria é o caminho para alcançar a verdadeira beleza, aquela que não perece, somente se transforma; aquela que está ao alcance de todos: das mulheres e homens de coração puro e de boa vontade. Como nos ensina o texto sapiencial: “Amei a sabedoria mais do que a saúde e a beleza e resolvi tê-la como luz, porque o brilho dela nunca se apaga”.

Neste novo livro, “Moradas”, o nosso querido padre escritor oferece ao público sonetos de tom lúdico e convidativo para a meditação acerca da criação e da criatura. Sempre na esteira da espiritualidade cristã católica, a obra reúne poemas para fruição e meditação sobre a beleza da vida e da obra da criação.

Sacerdote há 35 anos, altruísta e engajado, Pe. Geovane tem desenvolvido sua escrita criativa explorando as questões humanas fundamentais com espiritualidade e profundidade. Publica seus trabalhos em diversas plataformas, em revistas virtuais, na imprensa escrita e já reúne uma produção literária notável. Com seu novo livro “Moradas”, revela ao público seu lirismo e dá continuidade ao seu ministério pastoral e à sua ação evangelizadora por meio de suas publicações.

*Formada em Ciências Econômicas (UFC)

Auditora Fiscal Aposentada da SEFAZ-CE

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 11/05/2023
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