DOR DE MÃE

Vendo o filho preso ao duro lenho,

No olhar, mudo pedido de socorro,

Rezava: - Senhor, de dor eu morro,

Devolve-me a única jóia que tenho!

Em orar punha todo seu empenho,

Enquanto o sangue umedecia o lenho,

Saído do seminu corpo divino.

Pediu ao Pai que O fizesse menino

Para adiar tão doloroso destino,

De ser apupado pela massa em desatino,

De ter a carne ferida pela tortura

Tingindo de rubro, do linho, a alvura.

Olhou para o céu e viu nuvens escuras,

Lágrimas rolaram pelo seu pequenino,

Sentiu que o momento era o fardo divino

Do filho... A salvação das almas impuras...