Ó suprema fugacidade, diz Coélet, ó suprema fugacidade! Tudo é fugaz! Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol? (Eclesiastes 2-3)

 

Fumaça, é tudo fumaça!

 

Fumaça, é tudo fumaça!

Que voa pra longe com o vento

Hoje é passado o que causou-te tormento.

 

Como se vai um ano fugaz!

Medito nos males da vida,

Daqui há um ano

Olharei para trás?

 

Não importa o tempo

O que hoje lhe causa tormento

É fumaça, que se vai com o vento!

 

E se minha mente interpreta com pavor

Toda sorte de acontecimento

Se é necessário se deter no labor

De distinguir o que está em minhas mãos.

 

Inútil pranto pelo que não possa controlar

Dizia Epicteto, só o que lhe cabe governar:

O pensamento, o impulso, o desejo, o evitar.

 

Talvez a sua mente precise de ar

Pra entrar nas formas de teus pensamentos

Fazê-los voar para longe,

Qual fumaça levada pelo vento.

 

Fumaça, é tudo fumaça!

Amanhã é passado o que causa tormento.

 

Imagem: ArtTower(Pixabay)