Grão-mestre

Tenho apreço pela timidez da vida,

Ando com uma lupa para enxergar o espírito das pessoas.

Minhas estranhezas remontam à minha infância.

Aprendi o idioma das formigas,

E os profanos riram de mim,

Não sabem encontrar a divindade em um formigueiro.

Ei-lo aqui, Deus, em sua forma mais humilde, completamente metamorfoseado.

Meu coração arde em chamas ao fitar a estrela da manhã.

Uma formiga picou o meu períspirito,

Fui arrebatado aos céus.

Embriaguei-me com o sangue do cordeiro.

Ó, Deus supremo cheio de vazios, me ouve?

Desperta-te do teu sono profundo!

O silêncio é a sua voz.

Minh ’alma é tão silenciosa quanto o universo.

Sou tua criancinha brincando entre as estrelas.

Deus se fez presente com sua grandiosidade tímida.

Vejo uma luz dentro do formigueiro, essa luz era o Deus tão pequenino.