DONO DOS MEUS CAMINHOS
Quando a dor invade meu peito
Eu oro na encruzilhada,
E então escuto ao longe
O som de uma gargalhada,
É seu Tranca Ruas que vem chegando,
Vem de trás de sua morada,
Surgindo à luz do luar
Com seus chapéu e capa.
Laroyê, grandioso Exú,
Pai, amigo e camarada,
Ajudai mais este filho
Nessa difícil jornada.
Orientai minhas escolhas,
Dai-me sabedoria,
Proteja o meu lar,
Também cuide da minha família,
E se não for pedir demais,
Me dê o prazer de sua companhia.
Dai-me força e paz
Para enfrentar os problemas com alegria,
Com sua capa, me cubra,
E me cuide no dia a dia.
Com seus marafo e cigarro
Destrua as más energias,
Me livre de todo o mal,
Afaste as más companhias.
É quem cura minhas feridas,
É quem me tira os espinhos,
É quem me coloca no rumo certo
Quando me vejo perdido.
Eu já chorei demais,
Hoje sei que não estou sozinho,
Quem me guarda é Tranca Ruas da Encruza,
O dono dos meus caminhos.