MINHA ALMA ALVA

WIlton Porto

Minha alma canta com doçura ímpar.

O Céu, a Terra, os anjos sem asas.

Onde faço o bem, é o meu lar,

não guardo bens, que se danem as traças!

Não prendo os pés em olhos de usura;

os meus dedos enxergam além do firmamento.

Minha alma alva busca a Altura,

que este corpo pálido vai em pensamento.

Sinto sentido no senso não comum;

de que eu não sou eu - aqui sou uma passagem instantânea.

Neste mundo, estou em lugares vários -, sem estar em lugar nenhum.

Sou apenas uma mente, sendo à tarde, o que não fui de manhã.0