EQUILÍBRIO
Em minha reclusão, me pego
vasculhando as gavetas d'alma.
Nas escritas da vida vejo que o
passado me talhou pelos
acontecimentos, pelo convívio nas
intempéries e nas calmarias das
relações.
Na ação dos anos, "me fiz" no
espelho da sanidade...
da consciência humana.
Nesse labirinto de tempos idos me
encontrei em páginas de dores e
sofrimentos, também de depuração
e alívio, em momentos de amores e
prazeres, me fazendo no equilíbrio
das relações e da existência.
Hoje tenho a paz e o discernimento
de saber que tudo existe no
seu tempo.
Há o tempo da curiosidade
infantojuvenil, do aprendizado no
conflito do impulso jovial...
Das dores e das alegrias,
das decepções que nos amadurecem,
do bem-estar que nos resplandecem.
No curso da vida, trago o
aprendizado de que, na agregação
de valores, nos erros e acertos, nos
tropeços, nas decepções ou na
satisfação do acontecido, o mais
importante é ter a leveza da
aceitação para assimilar os
propósitos da caminhada.
Assim a paz não dá lugar ao
terreno sombrio da loucura.
Me amo!
O amor próprio é o espelho do amor
ao semelhante.
Me aceito nos meandros do desígnio,
com mais prazer e menos dor.
Assim é o curso natural da vida
terrena para a transição da alma.
Sigo os meus passos...
Na convivência dos homens!
Na depuração do espírito!
JM 16/03/22