EXÍLIO
A minha alma pede exílio nos bosques
Procuro meu descanso nos vales
E me banho nas suas cachoeiras rústicas
Encantadas, belas e místicas.
Encontro-me com o segredo das matas,
E me purifico no sussurro das suas cascatas
Que me abraçam com o seu silêncio;
Sinto que aos poucos me distancio
E tudo ao meu redor vai ficando diferente
Lágrimas que rolam como uma torrente;
Vou me libertando das amarguras vividas
As imagens corpóreas vão sendo refletidas
No mágico cenário visual da vida;
Uma sensação de leveza enternecida
Me invade transformando o meu ser
Então vejo um novo caminho florescer.
Na câmara lenta das minhas reflexões
Despeço-me das minhas ilusões
Sinto que a chama ardente que me aqueceu
Já não é mais a mesma, arrefeceu.
Estou no campo das flores que semeei
O meu tempo passou não mais voltarei
A minha travessia foi curta e fugaz;
Adormeço, no aroma dos sândalos da paz.