Irene
Lavei minha fé na queda
E quando duvidei, fui arrastado
Ainda há muito o que conceber
E acreditei com força e me aceitei de peito aberto
Meu coração fora roubado
Enxertado com açúcar e cálcio
E então, o levaram a balança
Confiando em meu confinamento
Desenharam-me uma cicatriz
Oportunamente, me fizeram pecado
No meio de uma quaresma
Já que nunca dancei com a castidade
A tez que corria para o sol a martirizar-se
Hoje ainda esconda-se e reza para o fim de feridas
Sabe, que o tempo a permite sonhar com vitórias
Há de tudo findar-se, minha querida, em algum momento
Estou aguardando a amargura
Estou aguardando a tua condenação
Estou aguardando pela virtude do fogo
Estou aguardando pela violência contra meu corpo
Amplifica vozes em teus calcanhares
Assoprando para dentro de teus poros
Lascas de um fracasso construído com madeira
Verbalizado instrumento de caça
A criança de elefantes brancos era se não
Os escombros de uma estante de madeira
Empoeirada pelo tempo e comida por cupins
Esquecido em um quarto húmido e abandonado
Destituído do que me figura, o eu em ti
Absorve as comunhões de ossos e penas
Compõe nova criatura, estremecida pela terra
Evoca por pés que dancem nele com raiva