Linguagem divina
Me sentei, a mesa da solidão já estava posta.
Comi um banquete de grandes tristezas.
Senti minhas entranhas gritarem.
E o abismo tem me procurado cada dia mais. Não atendo as exigências de Deus, sou meu próprio Diabo domesticado.
Minha liberdade é muda, pálida.
A morte tem me enviado telegramas mentais,
recusei todos. Não estou acostumada com formalidade. Gosto do acaso, do imprevisível.
Se Deus falar comigo, ouvirei baixinho, ultimamente meu aquário está sem peixes, apenas com água. Meu corpo tem sido meu aquário, o peixe que é o espírito propriamente dito, não tem me habitado.
Alô? Deus, devolve os peixes do meu aquário.
quero poder experienciar a vida novamente, ver o milagre que é o nascer dos peixinhos.
Meus mistérios são aquáticos. Dios, no me dejes sola. Pois a solidão me sufoca. Quero a alegria das pedras e a liberdade dos pássaros .