Viajante astral

No auge do desespero da morte

Eis a solitária dama sombria a rir

Onde muitos temem a fatal hora

Dessa inevitável certeza da vida

Saiba que ela não cansa de esperar

Angustiado, tu frágil homem sofre!

Cansado de viver uma vida sofrida

Tu esperas cansado ao frio da noite

E tu sabes que cada segundo é único

Deste o nascer tu já estais a morrer!

E sente a dor existencial desse tempo

Tu lutas, foges e esqueces desse fato.

E assim a vida passa como um sonho

Nos terremotos emocionais do viver

Tu não tens para onde ir, preso em ti.

Sente-se preso ao corpo escravo de si

E até a tua liberdade já não é a mesma

Torna-se reflexivo e o pesar vem a ser

Parte de ti e de tua mente num divagar

Tu não sabes pra onde ir ou iniciar algo

E vives em tardes vazias de melancolia

Pois o espírito almeja ser livre do corpo

Esvaziando essa vil carcaça ambulante!

E não volta mais ao seu estado anterior

E ao sair do corpo, livra-se o tal espírito.

E tu sentes que mais nada o prende aqui

E que sua existência já é em outro plano

E a temida morte já é um alívio e dádiva.

TEXTO DO LIVRO:

ABSTRAÇÃO POÉTICA. 2017.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 23/04/2022
Código do texto: T7501191
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