CONFLITO DO FILHO

Sou acusado de ser crente

Filho obediente de Tua divindade

Um servo humilde, à Tua vontade

Por que, irmãos, não reconhecem ter um Pai?

Mas, será tão mole assim meu coração?

Sem cor nenhuma as minhas emoções?

Porque não quero atender os meus desejos

E só fazer por mim Tua vontade?

Será que eu sou um mero camelô

Que tudo faço por Ti, por recompensa?

Que espero ao chegar do outro lado

Ter merecido, enfim, Teu paraíso?

Mas, se Tu me compras como se eu fosse escravo

Com as promessas que irei de conquistar

Fazendo eu, coisas aqui com sofrimentos

No Teu lugar, como faz qualquer feitor?

Oh, meu Pai! Será que estou errado?

Que Tua essência que me inspira não é Amor

E sim as manhas de um divino Sedutor?

Que espera de mim tal qual o Cristo?

Mas, mesmo envolto nas sombras do conflito

Reconheço em Ti meu Criador

E se devo pagar algum preço pela vida

Não regateio, meu Pai, pode cobrar.