A Lua Apática
Sagrado e monótono
O ouro reluz por entre corpos
Agitado e impróprio, ternura violenta
Aprisiona minha língua e outros semelhantes
Eu beijo demônios entrelaçados em sua pele
Assim como o som de ossos contra o metal
Meus dentes parecem arrancar harmonias
Por dentro de todas as tuas cores industriais
Tua língua-adaga em margens do rio de sangue em gengivas
Cantam ao demônio fadigado de dentro do cigarro
Deixem a deusa em paz, deixai-nos desnutridos
Cascalhos se abrigam em frestas dos dentes, eis a fome
Essa noite é açoite
E eu sou o sal
Mastigando teus olhos
Na indecisão das imagens no escuro
O nascimento do romance
Em biles comprometidas
O sol que se derrete em deletérios
É masculino, é intransitivo, é feio
Eu derramo por entre os olhos céticos
Similar a uma manhã que nasce
Em ato tão banal como a nudez
Na terra suja de intervenções humanas
Expande e retraí, desata de luas cheias
Detesta despedidas, se assemelha a vitórias
Cantadas diretamente da boca de homens senis
Tratados como loucos, enquanto filhos de Hermes
A resposta sempre esteve ao alcance da plateia
A mesma, tivera medo e incômodo com julgamentos
Então, escondem-se em feições brandas e sorrisos amarelos
Atormentando-me em desertos pela diluição de conceitos de Satã e El-qanna