A Lua Apática

Sagrado e monótono

O ouro reluz por entre corpos

Agitado e impróprio, ternura violenta

Aprisiona minha língua e outros semelhantes

Eu beijo demônios entrelaçados em sua pele

Assim como o som de ossos contra o metal

Meus dentes parecem arrancar harmonias

Por dentro de todas as tuas cores industriais

Tua língua-adaga em margens do rio de sangue em gengivas

Cantam ao demônio fadigado de dentro do cigarro

Deixem a deusa em paz, deixai-nos desnutridos

Cascalhos se abrigam em frestas dos dentes, eis a fome

Essa noite é açoite

E eu sou o sal

Mastigando teus olhos

Na indecisão das imagens no escuro

O nascimento do romance

Em biles comprometidas

O sol que se derrete em deletérios

É masculino, é intransitivo, é feio

Eu derramo por entre os olhos céticos

Similar a uma manhã que nasce

Em ato tão banal como a nudez

Na terra suja de intervenções humanas

Expande e retraí, desata de luas cheias

Detesta despedidas, se assemelha a vitórias

Cantadas diretamente da boca de homens senis

Tratados como loucos, enquanto filhos de Hermes

A resposta sempre esteve ao alcance da plateia

A mesma, tivera medo e incômodo com julgamentos

Então, escondem-se em feições brandas e sorrisos amarelos

Atormentando-me em desertos pela diluição de conceitos de Satã e El-qanna

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 08/04/2022
Reeditado em 30/04/2022
Código do texto: T7490924
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