Alma de Orquídea
Minha alma é de papel crepom
Raiada com mil listras marrons
Seu farfalhar invoca surpresas
Jarro com flores sobre a mesa
Sou vaso de orquídeas amarelas
Que não se envolve em querelas
O inanimado, a natureza-morta
É o tipo de arte que mais importa
Amarelo é energia, mas calculada
Não desejo ser mal-interpretada
Nem sempre é o momento do grito
Há que silenciar para evitar o atrito
Essas flores não são feitas de seda
Nem enfeitam soberbas alamedas
Apenas exibem uma alma delicada
Listrada e marcada, mas intimorata.