Lágrimas e risos reencarnados.

Meu corpo, pobre corpo...

está cheio de idades

e de documentos,

cheio de vontades

e de sofrimentos,

cheio de mortes

e de nascimentos

e sabe só morrer.

Mas é dadivosa a vida

e tudo o que se desfaz é esquecido

e para se viver

há de ter-se morrido

e reencarnar sorrindo

e talvez chorar depois.

Pobre corpo este meu,

um ateu que crer

tão vivo que há de morrer

quando não morrer um dia

e deixar da vida, nela a agonia

e encantar-se pra nascer feliz de novo.