QUANDO VIRÁS?
Pai, quando virás a mim?
Quando ouvirás meu clamor?
Inclinar-te-ás para me ouvir?
Favorecer-me-ás com o teu favor?
O tempo passa, e eu definho
Esperando por tua graça
Nessa espera eu me angustio
Ansiando pelo dia em que digas: basta!
É o fim, tu me disseste;
Eu cri e tive ânimo;
Cri no que me prometeste,
E isso estou anunciando.
Mas tudo está tão devagar,
Parece até que demora.
Acaso não é para já?
Ouve-me e dá-me resposta.
Coloca-te à minha frente;
Abre-me a porta, dando-me meios,
Para que por ela eu entre
E ande firme sem ter medo.
Muitos em mim não crêem;
Tomam-me por impostor;
Por virtude em mim não verem,
Pensam até que louco estou.
Pedem provas de que em mim operas;
Exigem mostras e sinais;
Não param nem consideram;
São incrédulos e carnais.
Guardo a palavra da tua paciência
E espero na tua palavra.
Dá-me também temperança,
Para seguir na boa estrada.