ALMAS FALANTES
ALMAS FALANTES
O silêncio da noite me fascina,
porque não o sinto na superfície terrestre;
mas nos espaços celestes entre os astros,
onde muitas vezes viajo
como alma desdobrada,
sentindo a alegria da vida espírita pacífica.
Visito a morte no silêncio eterno da vida,
onde se ouvem as vozes sutis
de seres espirituais desencarnados;
e porque não morri ainda,
ensaio a minha voz no silêncio fluídico
que Deus há-de me presentear
no porvir de minha eternidade.
Não há silêncio na morte ou depois dela,
porque as vozes das almas mortas
aclamam o triunfo eterno de suas vidas;
e a alegria que prevalece
na vida espírita momentaneamente
livre, é ensaiada pela minha alma,
em meio a plêiade de nobres espíritos,
de cujos risos,
fluem sutis silêncios consoladores.
Prefiro o silêncio da morte
ecoando sua voz na eternidade espírita;
porque do outro lado da vida,
a morte fala pelo silêncio aparente;
onde inexiste o morrer silente,
mas o eterno viver das almas falantes.
Adilson Fontoura