ALMA BENFAZEJA
ALMA BENFAZEJA
A alma que doa-me
o que escrevo, às vezes
não é minha alma;
é outra alma, sensível
ao que escrevo;
quando aceito a doação
que também me acalma.
Gosto de doar minha
essência pela arte escrita;
a arte que semeia
o meu evoluir, que me edifica;
a arte que emerge genuína,
de minha alma bendita;
a mesma essência,
a emergir de outra alma,
que, da mesma forma,
doa-me a arte
que me qualifica.
Importo-me em escrever,
sobre o que doa-me
qualquer alma benfazeja;
ciente de que minha arte escrita,
retrata o servir caritativo;
alegro-me, por entrevê em sonho,
o gesto humilde de Chico,
doando-me fluidos de sua
luz espiritual que me viceja;
bem como me nutre
do bem moral regenerativo.
Só não quero doar,
o que não faz bem,
nem ao próximo nem a mim;
sei que minha alma doa,
o seu modo simples de amar;
assim como a abelha
sente-se feliz,
porque lhe doa o néctar,
o cheiroso jasmim,
sinto-me bem,
com o que minha alma me doa,
com o que outra alma me doa,
todo o bem que,
pela arte que escrevo,
eu possa, tão espontâneo, doar.
Adilson Fontoura