A carne que ora habito

A carne que ora habito

tem prazo de validade;

encaro essa realidade

sem nenhum conflito,

pois um dia, renovado,

vestirei nova roupagem

e terei uma nova imagem

para prosseguir no trabalho

de corrigir meus defeitos

talvez aqui mesmo na Terra

ou quem sabe em outra esfera,

melhorar o autoconceito.

A bênção do esquecimento

retira o peso do passado;

eu, caçador ou caçado,

tive bons e maus momentos

e a intuição me acena

não cometer erros iguais

com consequências fatais,

onde a tentação entra em cena.

Do outro lado há vida,

alguém me sopra ao ouvido

e eu estou convencido

quando chegar minha partida.

#bispoeta Bispoeta