𝖢𝗅𝖺𝗋𝖺 𝖭𝗎𝗇𝖾𝗌
A cantora da MPB era a Mineira
Nasceu em Paraopeba
Na cidadezinha do interior
Deixou marcas com louvor
Era uma quarta-feira
De um inverno na lareira
Bom para acender uma fogueira
Foi num dia 12 de 1942
Veio ao mundo para batalhar
Cresceu com firmeza na fé
Filha de Ogum com Iansã
Passou pelo Candomblé
Depois foi para a Umbanda
Ia a igreja com esperança
Não tinha intolerância
Com religião, era feito criança
Por falar em neném
Ela queria um também
Queria procriar
Mas, o Divino não deixou
Bem que ela tentou
Várias vezes, engravidar
Com seu esposo
Paulo Cesar Pinheiro
Falando nisso, não era Natal
Mestiça Mística veio ao mundo
Com o signo de Leão
Já no Rio de Janeiro
Ela cantava Ijexá
Filhos de Ghandi a entoar
Badauê!
E assim construía o Iorubá
Aparecia em programas de TV
Sambava como ninguém
Convidada para o Chacrinha
A Guerreira era sambista
Tinha a Portela no coração
Desfilava com muita emoção
Conhecida também como Sabiá
Assobiava Iemanjá
Sambou na beira do mar
Feito uma sereia!
Conto de areia para mergulhar
Ê baiana!
E rodava na roda de samba
Viajava para o exterior
Mostrando o folclore com amor
Aparecia em capa de revistas
Claridade!
Outro codinome para a artista
Um longínquo dia
Clarinha virou uma estrelinha
Não dessas que cantam
Padeceu em uma cirurgia
Ninguém se alegrou
A mídia ria e ria!
Fez o maior estardalhaço
Especulações, esculacho
Aborto, drogas, suicídio
Era o que falavam
Em um Sábado de Aleluia
Teve um choque anafilático
Morreu em 2 de abril de 1983
Holofotes a agir com sensatez
A Velha Guarda da Portela
Fez um tributo à época
Para a Sabiá que se foi
Voou, como a águia da escola
Asas de anjo e eterna glória.
Karol Pisaro - Sábado - 11/09/2021 às 15h49min.