𝖲𝖾𝗍𝖾𝗆𝖻𝗋𝗈 𝖺𝗆𝖺𝗋𝖾𝗅𝗈

Mais uma vez caíram lágrimas

De minha face atordoada

Lágrimas de depressão

Lágrimas de um furor

Violento como um vulcão

Vou vivendo a minha vida

Em tristezas profundas

Depressão, não é brincadeira

É aí que precisamos

De amigos que amamos

Amigos para nos ouvir!

Todo dia é assim

Minhas tardes são frias

E eu entro em melancolia

A tristeza bate em meu peito

E eu vou fazendo desfeito

Da fé que um dia eu tinha

Onde estará Zambi?

Onde eu estarei?

Será que sonharei?

Ou pesadelos terei?

O destino da moça é incerto

Setembro amarelo

Vai fazendo um elo

Para eu não escorregar

A depressão está no ar

Suicídio?

Nisso eu não penso não

É um alívio para o coração

Mas, a angústia em meu peito

Não deixa eu viver como quero

Setembro amarelo

S.O.S!

Me ajude, por favor!

Minha vida está longe da flor

Do perfume que um dia exalou

Passado perdido e eu agonizo

É na solidão que eu me sinto

Todo santo dia!

A reza não me cura e tortura

Por lembrar de quem já se foi

Lembranças de um passado

Que não tem volta

Se o paraíso tivesse porta

Eu não estaria morta

Apenas, faria uma visita

Àqueles que já se foram

Setembro amarelo!

Pensamentos me atordoam

Eu tento fugir dessa obsessão

Onde vai parar meu coração?

Depressão, não é brincadeira

E nem é coisa do diabo

Depressão é coisa séria

Minha vida está um arraso

Minha mãe fala pra eu rezar

Fulano também fala

Mas não é falta do Divino

Aqui na minha morada

A questão não é essa não

É que eu caí na solitária

Solidão!

Mexe com a mente e alma

Setembro amarelo

Vê se me acalma

De manhã acendi um incenso

Enquanto me banhava

Tomei aquele passe

Passe de mágica!

Estalo em minha mente

Não consigo ficar contente

Setembro amarelo!

Deixa essa gente

Me fazer feliz

Oxalá não quer me ver assim

Nem minha família

Eu tomo remédios todo dia

Não fazem muito efeito

Tenho que falar com o médico

Para aumentar a dose

É intenso, é forte!

Queria tomar uma breja

O médico me proibiu

Não posso sair sozinha

Tenho medo de fuzil

Possuo vários medos

Eles mexem com meu ego

Me olho no espelho

E não me reconheço

Toca sino dos ventos

Deixa eu sentir o som

Do oriente ao ocidente

Emanando energias da paz

Trim-trim!

É um som que me satisfaz

Igual o sino da igrejinha

Belém blem bom!

Assim é na sacristia

No Terreiro e na mão do irmão

Setembro amarelo

Não me deixe na contramão

A mão que balança o berço

É a mesma que luta e reluta

Mão de mãe

Pai, pãe

Mão de mãe-de-santo

Aquela que veste branco

Branco é a cor da paz

Então, setembro amarelo

Não me faça cair no desespero.

Karol Pisaro - Quinta-Feira - 09/09/2021 às 15h39min.

Karol Pisaro
Enviado por Karol Pisaro em 21/09/2021
Código do texto: T7347270
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