DONS

Quisera ter o dom da cura

Curar o mundo dos seus ódios, das suas doenças

Dos sangramentos espalhados em várias línguas

Quisera eu me curar de quem sou

E transpor os muros da minha paralisia

Ensaiar a felicidade da vida, cada cena, um sorriso farto

Ondas de energia em alta, marés entrelaçadas

Na colorimetria e sintonia

Quisera ter o dom da visão

Expandir o terceiro olho, abrindo o chacra do coração

Ouvir os sussurros vindo de cortinas gregas e o crepitar do fogo

Tatear travessamente as teias transeuntes tácitas

Beber do líquido da taça dos mistérios do paladar

E não identificar o sabor do gole

Cheirar a erva na relva, suavizar os poros, inspirar

Ressignificar a beleza da funcionalidade dos pulmões

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 02/09/2021
Reeditado em 02/09/2021
Código do texto: T7334113
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