DONS
Quisera ter o dom da cura
Curar o mundo dos seus ódios, das suas doenças
Dos sangramentos espalhados em várias línguas
Quisera eu me curar de quem sou
E transpor os muros da minha paralisia
Ensaiar a felicidade da vida, cada cena, um sorriso farto
Ondas de energia em alta, marés entrelaçadas
Na colorimetria e sintonia
Quisera ter o dom da visão
Expandir o terceiro olho, abrindo o chacra do coração
Ouvir os sussurros vindo de cortinas gregas e o crepitar do fogo
Tatear travessamente as teias transeuntes tácitas
Beber do líquido da taça dos mistérios do paladar
E não identificar o sabor do gole
Cheirar a erva na relva, suavizar os poros, inspirar
Ressignificar a beleza da funcionalidade dos pulmões