Surdez
La vai o homo instintos na reta final
a ilusão sapiens, o leva ao penhasco;
a testar asas fakes, num voo abissal,
o sucesso é seguro, a presunção é tal
que busca regaço do próprio carrasco;
a pós-verdade infla, vende seu peixe
na antiga véritas nem peixe era, isca;
a luz força por frestas, quiçá um feixe,
alguma inadvertência, vazar o deixe,
logre reacender a sanidade da vista;
máscara de Papai Noel toma vitrines
rubras cores de escuras esperanças;
a disfarçar a nudez pintando biquínis
essa esperteza mereceria o Guinness,
pela destreza em assaltar às crianças;
dói ver desfaçatezes, assim, absurdas
a lentidão lassa, ante riscos urgentes;
furam a fila de distribuição de merdas
é inútil o som antes as víboras surdas,
mas, pior é ovelhas de ouvidos doentes...