ORVALHO DE AMOR

Ao cair da tarde, chora a Mãe Terra

E os males da humanidade desterra

No ósculo solar do rio-mar,

Mergulho… Corpo lasso a descansar.

Gentil e solitário pescador

Ancora canoa ao sol se pôr

Grandioso farol, cai clara lua

Amanhã, o recomeçar atua.

Sê tu bússola do próximo… Norte

Não sejas tocha contra vento forte

Feliz da ventania a transformar

Bruma passageira em eterno lar…

Vem o socorro n’angústia doída

Tempo de Deus, da existência bendita!

Que Pai deixa, a esmo, amado filho seu?

Sê, sempre, lamparina em qualquer breu.

Vê a lua com pupilas d’alma

Aprende a namorar a lua calma

A lua cheia de cada lugar

Pacifique a ti e seja vital ar.

Nunca tarde a Justiça pela graça

Se Madeira de lei, cupim não abraça.

Oxalá… O mal por si se destrói

Só o bem triunfará como herói.

Chuva a regar canteiros de mil flores

Fertilizar a terra em multicores…

Perfume, terra molhada, encantada

Terra-mãe de amor, a seu filho, agrada

Lavoura: signo de fé. Religar…

Sou rio, sorrio, sou açude e mar

Tempo do que é bom e do ruim

Mas sei que Nosso Senhor é aqui.

Galo matutino… Enxada a encantar

Fogo a lenha, café, barrer o lar

Achegam à lida Chico e Rosita

Moda na viola ornada com chita

Sim, varrer a dor… Tanger a desdita

À disposição da sorte bendita!

Ancestralidade é a resposta

Futuro do presente: eis o que toca!

@engenhodeletras

Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 09/05/2021
Código do texto: T7251570
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