IRÔKO: O Guardião da Gameleira Sagrada
Das garras da grande tristeza
Recorro aqui neste momento
Às forças da boa mãe natureza
Para vir me livrar do tormento.
Invoco também com presteza
Ao guardião do espaço-tempo.
Enki: Leão Alado da Mesopotâmia
Deus do início e fim espiritual.
O meu Anúbis do Egito Antigo.
Do Vale da morte - O Chacal
Ou Irôko Olúwère, deus Yorubá
Do início da vida ao cíclo final.
Assim, conclamo a Êsse Orixá
O Senhor da Árvore Sagrada!
Onde já enlacei o meu Ojá...
De renda branca e enfeitada
Conto até Odú ègìlá Seborá.
E me entrego pra ser curada.
Das cascas das suas raízes
A minha infusão especial
Preparo em dias de crises
E ofereço ao Senhor do portal
Pra afugentar os dias infelizes
Deste meu ser espiritual.
Vos peço, ó Grandioso Irôko!
Livrai-me do medo do efisilé
Me empresta o poderoso Ikó
Pra trazer de volta ìretí a Ayê.
Devolva-me a sua doce Irepó
E venha purificar o meu ajé.
Porém, minha mãe Gameleira
Meu èmí já tem tons violetas
Do fim do ciclo, ó mensageira
Guardiã do destino, és ascetas!
Leve-me então, à sua maneira,
De volta ao Orum dos Poetas.
Saudação:
Irôko Issó! Irôko kissilé
Salve Grande Irôko! O Senhor de todas as árvores!