Uma Carta à Abapai.
Pai você esta ai?
Eu precisava dizer tantas coisa ao senhor.
Eu queria agradecer a luz de minha existência, seu sopro de vida, em mim.
Mostrar minha gratidão à sua soberania e todo o meu respeito em suas decisões.
Pai.
Santificado és tu.
Divino construtor do cosmo.
Mas preciso infelizmente dizer também algumas coisas que vi, por aqui.
A dor de muitos irmãos, são como feridas em sua carne.
Perdoe a nossa ignorância.
Nossa arrogância.
Senhor, a falta de compreensão própria nos levou a muitos lugares não habitáveis.
A nós mesmos estigmatizamos pela carne.
Vossos pequeninos chorão, nossas matriarcas clamam.
E o muito que fazemos, já não é suficiente.
Pois vivemos o ter muito, para nada.
A vossa voz é quase não ouvida mais.
E a culpa é nossa.
Tuas maravilhas, já não são apreciadas.
Nossas aves não gorjeiam como antes.
A degradação irracional da suposta globalização nós faz infantis.
Estamos por um tris.
A beira de um abismo, ao alcance de um colapso.
E por um lapso.
Esquecemos de ti.
Abapai.
Adonai.
Curai
Curai-nos de nós mesmos.
Teu espírito santo, é unipresente, unipotente e uniciente.
Santificai nossos lábios, e nossas cabeças.
Purificai nossa almas.
Curai nossas falências.
Desejo hoje, estar sob teu julgo.
Almejo tornar vivo o que nunca em mim nunca se pagou.
Mas confesso sou pecador.
Espero um dia olhar em vossos olhos e sentir a fluídica herança de nossa maior riqueza.
O vosso amor.
Obrigado pai.
E perdoe-me se rude fui.
Mas eu precisava dizer.
Que sua condução é a nossa única salvação.