Nas Giras de Preto Velho
Não temo vivo nem morto
Meu corpo é sempre fechado
Eu rezo um tantinho torto
Mas meu pai é bem chamado.
Visto meu corpo de branco
Faço "Giras" batendo palmas
O meu Saravá é franco
E sigo a "Linha das almas".
Canto para Oduduwá
E o grandioso Olorum
Em busca do meu afaiyá
E conquistar meu Ogum.
Diante do Bade Nagô
Danço sob o meu Ijexá.
Chamo o meu Ogodô.
Pois sou sua obòrisá.
Enfeito-me com a argola
Descalça vou ao terreiro
Pergunto: Painho D'Angola
Onde está meu justiceiro?
Valei-me meu Preto Velho!
Meu Pai e avô Cipriano
Preciso do seu conselho
Para o meu eu virginiano.
Eu lhe faço essa adurá.
Carregue todo esse oru.
Dai-me a sua àfaradá.
Pra o meu coração eru.
Adriribeiro/@adri.poesias