Calafrio
Nas labaredas insinuantes,
Um navegante solitário,
Arredio e sensitivo,
Arremessa as redes do destemido pudor.
Encantam-se as sereias,
Num colapso medonho,
De partículas medianeiras
Do pranto corrosivo
Da humana saudade.
Dragão das ventas fartas ,
Do fardo , do fogo, das alegorias ,
Estende a cauda estonteante ;
Freme na insônia do mundo.
Urdidura de decrépitos ,
Afugenta as dores ,
Corrói a sofreguidão,
Desse mundo caduco.
GARDÊNIA SP 11/11/2007