POESIA PARA UMA PEDRA
Silencioso segue o séquito
Na manhã chuvosa e tristonha
Entre os labirintos dos túmulos
Adormecem flores, pedras e lembranças
A pequena multidão cessa a caminhada
A hora derradeira é chegada
Tempo de orar pela partida
Os últimos laços de adeus
Ante o jazigo funesto e cinza
Uma cruz encravada no alto
Súplicas pelas bênçãos de Deus
Flores incolores adormecidas
entre velas derretidas
empobrecidas luzes bruxuleantes
sombras aterrorizantes
Ao derredor lamúrias e lágrimas
No canto fúnebre a hora sombria
Derradeira despedida
Para sempre se foi uma vida.
Rezas em forma de poesia
Diante da branca lápide fria
A poesia para uma pedra.
Maurélio Machado e Imagem Google